quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Mousse de chocolate com gin e pimenta preta

Chegou o Outono. As roupas mais quentes começam a sair do armário, o vento já anda demasiado exaltado e a chuva apareceu, ainda que tímida.
Chega também a comida mais reconfortante, menos fresca, mais aconchegante. E isto também se aplica aos doces.
Por isso é que resolvi fazer uma mousse de chocolate com pimenta preta para aquecer nestes dias menos quentes em que já apetece estar bem confortável no sofá com uma taça de qualquer coisa que nos mime. E o chocolate, como bem sabemos, mima-nos muito! É uma espécie de psicólogo, mas em versão low-cost...
Enjoy!


200 g de chocolate de culinária
1 colher de sopa de manteiga
6 colheres de sopa de açúcar
1 colher de sopa de crème fraîche ou de natas
1 colher de sopa de gin
5 ovos
1 colher de chá de pimenta preta moída

Separe as gemas das claras.
Derreta o chocolate em banho-maria com a manteiga. Adicione o açúcar e misture bem. Junte as gemas, mexendo sempre. Por fim "tempere" com a pimenta, o gin e a crème fraîche, misturando muito bem.
Bata as claras em castelo firme e envolva-as no preparado.

Leve ao frio por cerca de 2h antes de servir.






















segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Wraps de frango

A minha amiga A. pediu-me que lhe fizesse mini wraps para um lanche. Eu barafustei um bocadinho mas lá assenti e "fiz-me à vida". Sim, que eu acho sempre que não há impossíveis na cozinha e sou uma corajosa com novos desafios. Querem mini wraps? Mini wraps terão.
Vi uma data de receitas e de vídeos no Jamie, da Nigella e de todos os nossos "compatriotas" destas lides de fogão e achei que já tinha um mestrado em wraps. Chegou a hora H. Tinha mesmo que por as mãos na massa e criar qualquer coisa de muito bom, de muito saboroso e que miúdos e graúdos gostassem!

Assim nasceram os meus primeiríssimos wraps, que já repeti, e foram um sucesso por onde passaram.
Como é mais que "óbvio-lógico" tinha que os partilhar convosco. Preparados?

- 400g de farinha
- 400 ml de água
- 1 ovo grande
- 1 pitada de sal
- pimenta fresca moída q.b.
- 400 g de peito de frango
- 25 tomates cherry
- 1 alface frisada
- 1 colher de sopa de azeite
- 25 palitos

Misture a farinha, a água e o ovo inteiro. Tempere com sal e pimenta. Bata até obter uma mistura homogénea. Numa frigideira anti aderente deite a quantidade necessária para apenas cobrir o fundo da mesma. Deve ficar uma folha de crepe fina. Cozinhe de um lado e depois vire-a. Faça a mesma operação até terminar toda a massa.
Fatie os peitos de frango, lave os tomates, corte-os ao meio e lave a salada, partindo-a grosseiramente, mas em pequenos pedaços.
Noutra frigideira, cozinhe o frango com uma colher de sopa de azeite e uma pitada de sal. Quando cozinhados, corte-os em tiras pequenas e reserve.

Corte ao meio cada crepe e recheie com frango, tomate e alface. Enrole e prenda com um palito. Sirva com um molho fresco à parte ou com um boa maionese.








terça-feira, 17 de setembro de 2013

Caldeirada de peixe

Começa o Outono a espreitar e eu já me entusiasmo com pratos mais quentes e robustos. Pratos que sabem bem no sofá. Pratos cozinhados em barro ou no forno. Pratos que pedem uma manta e um enorme suspiro de satisfação. A caldeirada é um desses pratos. Bom peixe, umas batatas perfeitamente cortadas em largas rodelas, a cebola que se funde no molho, o pimento que chega e dá o ar da sua graça. É isto que acontece a cada garfada.
É um prato simples e desempoeirado, que não dá trabalho e quem nem se deve mexer! É só deixar estar. Apurar é a palavra de ordem e o paladar agradece.
Quando fiz esta caldeirada, pedi no mercado que me arranjassem peixes bons e mos cortassem em pedaços grosseiros, que vão perdendo lascas aquando da cozedura e que agradavelmente descobrimos à medida que vamos provando. Raia, cação, tamboril e safio foram os eleitos pela D. Teresa (essa Santa que me acode aos pedidos mais estranhos) e por cá, foi mais que aprovado. Estava para lá de fabuloso e eu tinha que partilhar convosco.


600g de peixe variado, partindo em pedaços
500g de batata
2 cebolas grandes
1 pimento vermelho
3 tomates
200 ml de vinho branco
azeite q.b.
sal q.b.
pimenta preta fresca q.b.
salsa a gosto


Descasque e corte as batatas em rodelas com cerca de um dedo de espessura. Descasque as cebolas e corte-as em meias luas muito finas. Corte o pimento em tiras longitudinais e os tomates bem lavados em rodelas. Lave o peixe e reserve.
Num tacho, leve as cebolas a refogar com uma quantidade boa de azeite (mais que o suficiente para cobrir o fundo). Deixe-as amolecer e ficarem alouradas. Disponha uma camada de batatas, uma de peixe, uma de tomate e uma de pimentos. Tempere com sal e pimenta q.b. e regue com uma parte do vinho. Repita este processo até terminar os ingredientes. Termine com salsa picada grosseiramente, a gosto. Cubra com uma tampa e deixe cozinhar em lume brando. Não mexa!

















quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Açorda de bacalhau

Já sei que alguns vão reclamar por fazer dois posts seguidos de bacalhau, mas este prato também tem que ser espalhado por aí.
Já sabem que não gosto de deitar comida fora e pão então... faz-me muita impressão. Sempre que endurece e sobra, eu guardo num saco à parte e tenho sempre uma óptima desculpa para fazer uma açorda. Seja a acompanhar algum prato ou seja ela a estrela da mesa, a açorda é outro daqueles pratos que aquece a alma.
Mas não pensem que por ser uma receita fácil e rápida devemos descurar na atenção que lhe damos... pelo contrário! A açorda é um prato que se prepara à conversa na cozinha, com amigos e um bom copo de vinho. É como o risotto.. se sairmos de perto dele, arriscamo-nos a perdê-lo para sempre ;)

- 500 g de bacalhau demolhado e desfiado/lascado
- 600 g de pão
- 1 l de água
- 3 ovos
- 2 chalotas
- 6 dentes de alho
- azeite q.b.
- pimenta preta moída fresca
- salsa q.b.

Demolhe o pão em água.
Leve a lume as chalotas e os dentes de alho finamente picados em azeite. Sejam generosos neste ingrediente... não ponham apenas a quantidade suficiente para cobrir o fundo do tacho.
Adicione o bacalhau quando as chalotas e o alho estiverem bem alourados. Mexa bem e a pouco e pouco vá acrescentando pão. Não pare de mexer, de forma a não pegar no fundo do tacho. Quando terminar o pão, tempere com pimenta preta ou pimenta de caiena (em menor quantidade) e envolva bem. Assim que o bacalhau estiver cozinhado, retire do lume (se for necessário, durante o processo de cozedura, acrescentar um pouco de água para amolecer melhor o pão, faça-o, mas cuidado para não ficar muito líquido).
Bata os três ovos inteiros e misture-os bem ao preparado. Finalize com salsa fresca picada a gosto.


















terça-feira, 10 de setembro de 2013

Bacalhau com natas da minha Avó

Bacalhau com natas que é bacalhau com natas tem que nos reportar à infância. À comida que aconchega, ao sorriso das Avós, ao aroma inconfundível que invade a casa anunciando o jantar a ser preparado. É daqueles pratos que se repete. Uma e outra vez. Que dá vontade de rapar os restinhos mais tostados das curvas do tabuleiro que foi ao forno. É daqueles em que fazemos uma pausa para respirar, para depois nos voltarmos a deliciar com aquela textura perfeita e ficarmos com a sensação de coração quente. O bacalhau com natas da minha Avó é assim. Parece que os problemas desaparecem enquanto saboreamos cada garfada. E enquanto o cozinhamos... também. Mas com amor. Façam sempre a vossa comida com muito amor.
Hoje fiz. Foi terapêutico. Foi feito com amor e muitas recordações.



Para 8 pessoas:

1,5 kg de bacalhau demolhado e desfiado grosseiramente
2,5 kg de batata
5 cebolas
600 ml de natas
1l de molho béchamel
azeite q.b.
1 pitada de sal
pimenta preta q.b.


Pré-aqueça o forno a 180ºC.
Descasque e corte as batatas em cubos pequenos. Frite-as em óleo quente, mas não muito tempo. Apenas para alourar. Reserve.
Descasque as cebolas, corte-as em rodelas finas e refogue-as em azeite ( a quantidade de azeite deve ser suficiente para cobrir o fundo do tacho, mas generosamente). Junte o bacalhau em lascas/pedaços pequenos e envolva bem. Deixe o bacalhau e a cebola amolecerem . Vá juntando as batatas a pouco e pouco e misturando suavemente no preparado. Numa taça à parte, tempere as natas com uma pitada de sal e pimenta preta fresca moída. Verta o líquido para o tacho e envolva muito suavemente. Retire do lume e coloque tudo dentro de um tabuleiro de ir ao forno (que até convém que seja aquele que levará à mesa). Finalize com o molho béchamel por cima e leve a gratinar. Cerca de 15 minutos deverão ser suficientes, no entanto, vá verificando, porque nem todos os fornos são iguais.



























quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Tomate milflores com queijo creme e confit de cebola

Se há entradas super simples e rápidas, esta é uma delas. Eu adoro servir finger food e acho que há um sem fim de soluções para este tipo de comida. Num jantar volante ou mesmo enquanto acaba de cozinhar e tem todos à sua roda - e a cheiretar o fogão - esta é uma óptima solução. Não suja loiça e todos podem ir "picando" qualquer coisa.
Sempre gostei de dar cor aos pratos e em algumas receitas já vos mostrei isso.  Por tal, adoro usar estes tomates pequeninos, mas que são amarelos. Nome? Tomate milflores.
Servi-os em mini espetadinhas por ocasião de um recente jantar de amigos cá em casa. Simples, simples e toda a gente adorou. A mistura de texturas e a explosão de sabores contrastantes é forte, mas ao mesmo tempo finaliza de uma forma suave e harmoniosa. Espero que gostem:

- 30 tomates milflores
- 125 g de queijo creme
- 125 g de confit de cebola
- 30 palitos decorativos

Lave bem e corte os tomates ao meio. Com uma colher de café, barre 30 metades com queijo creme e outras 30 com confit de cebola. Una a metade de queijo creme e a metade de confit com a ajuda de um palito. Deixe o tomate o mais à ponta possível, para que seja mais fácil as pessoas pegarem neles.
Sirva numa taça transparente e verá que o efeito de cor e o "amontoado" de mini espetadas é muito bonito.









terça-feira, 3 de setembro de 2013

Um arroz de frango de bradar aos céus!

Na semana passada fomos jantar a casa de uns amigos, a M. e o S. e não podíamos ter sido melhor recebidos. A casa gira, mas gira, um ambiente super acolhedor e claro... o cheirinho que teimava em sair da cozinha, deixava adivinhar que fosse lá o que fosse devia estar bem bom. E nós gostamos é disso. De bons amigos, de estar à volta da mesa e de boa comida. O vinho servido em jarro de barro deixou-me logo a sorrir - a relembrar férias de infância em que o vinho vinha para a mesa directamente da pipa -  e o pão de Mafra estava qualquer coisa de extraordinário - o que me fez parecer uma "piquena" alarve que nunca tinha provado tal iguaria. Uma maionese de alho caseira tão saborosa que apetecia lamber directamente da tigela... enfim! Podem imaginar que eu estava nas minhas 19 quintas :)
Depois de umas quantas fatias de pão e daquela coisa maravilhosa que apetecia rapar da tigela, o S. trouxe para a mesa uma "pequeníssimo" tabuleiro que dava para alimentar um quartel...
A apresentação (que já vos mostro abaixo) estava muito gira: os frangos vinham quase em suspenso, como que a caminhar arroz fora. E o cheiro... já vos falei do cheiro? Maravilhoso!
Atacámos com quantas forças pudemos e, claro está, pedi a receita que hoje partilho convosco. Deve ser feito de um dia para o outro.


2 frangos inteiros sem miúdos
1 kg de arroz
água
4 limões
2 chouriços de carne
sal a gosto
manteiga q.b.

Coloque os frangos numa panela e junte-lhes o sumo dos quatro limões. Parta estes últimos em pedaços e junte ao preparado, temperando com sal a gosto. No dia seguinte, coza os frangos em água e adicione um chouriço sem pele cortado em bocadinhos. Retire-os depois de prontos e reserve. Passe a água num passador, guardando apenas os pedaços de chouriço.
Cozinhe o arroz nesta água, com os pedacinhos de chouriço, voltando a rectificar o tempero de sal.
Escorra o arroz depois de pronto e coloque num tabuleiro de ir ao forno. Disponha os frangos por cima. Corte outro chouriço às rodelas e espalhe como preferir por cima do preparado. Barre os frangos com manteiga a gosto e leve ao forno até estes últimos corarem.















segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Sopas de bebé e criança

Este post tinha que existir. Já recebi várias vezes emails e mensagens onde me perguntavam o que fazia para a Baby C comer tão bem. Achei sempre muita graça e lá fui dando algumas indicações sobre este mundo tão novo para mim.
Hoje recebi um telefonema quase exasperado a pedir por favor para fazer umas sopas para uma bebé que não come nada. após uma breve conversa, fiquei a perceber que a Mãe em questão - e que sabe que eu estou a escrever isto... ;) - andava a dar misturar sabores que não lembravam a ninguém. a pergunta simples que lhe fiz foi: gosta de comer peixe cozido com beterraba e couve flor? ou quiçá um peito de frango com couve lombarda e chuchu? Não, pois não? Então se calhar a M. também não....
Depois de uma boa risota, lá acedi a fazer alguns cremes e o meu segredo (que no fundo é apenas bom senso ao nível do paladar) é conjugar sabores que nós gostemos e que combinem bem.
Peixe cozido com batata e cebola ou com batata e cenoura é perfeitamente plausível, certo?
Assim sendo deixo aqui algumas hipóteses de conjugações para as Mamãs ou Mamãs to be que se vejam neste desespero da comida. Keep it simple! Simple is good.... Estas receitas dão para duas refeições.

Creme de cenoura:

- 1 cenoura
- 1 batata
- 1 posta de pescada
- água q.b.
- 1 fio de azeite

Lave muito bem e corte os legumes. Coza-os com o peixe em água a ferver (cubra os legumes com pouco mais de 2 cm de água). Não adicione sal. Quando estiver tudo cozinhado, desligue o lume e tire o peixe. Retire-lhe a pele e as espinhas, ficando apenas com os lombinhos. Num liquidificador (este também é um bom segredo para ficarem aveludadas e sem grumos) coloque a batata, a cenoura, o peixe, água da cozedura até meio dos legumes (não os cubra!) e um fio de azeite. Misture durante 30 segundos e terá um creme fabuloso.

O procedimento é o mesmo para as outras receitas... Quando juntar carne (eu uso mais frango, coelho e perú) a quantidade é cerca de 50g, mas eu faço mais ou menos a olho e basta juntar a carne já limpa e cozê-la.

Outros peixes que uso são: dourada, linguado, robalo, peixe galo. O procedimento é o mesmo a menos que peçam na peixaria apenas os lombinhos/filetes e não precisam de os limpar depois de cozinhados.

Creme de alho francês:

- 1 alho francês pequeno (apenas o talo branco)
- 1 batata
- 50 g de peito de perú
- água q.b.
- 1 fio de azeite

Creme de cebola e espinafres:

- 1 batata
- 1 cebola pequena ou 1 chalota
- 8 folhas de espinafres
- 1 filete de linguado (50g)
- água q.b.
- 1 fio de azeite

Creme de abóbora:

- 1 batata
- o equivalente a 1 batata em abóbora
- 50g de peito de frango
- água q.b.
- 1 fio de azeite

Creme de courgette:
- 1 batata
- 1 courgette pequena (ou meia se for muito grande)
- 1 lombo de robalo
- água q.b.
- 1 fio de azeite


Espero que as receitas sejam úteis e que os vossos minis gostem. Dúvidas, dicas e sugestões, estou disponível através de mensagem na página do Facebook ou através do nosso email: encomendaslachef@gmail.com